Crise do gás é o grande desafio do novo governo alemão

Tanto a indústria quanto os particulares já receberam o aviso de economia máxima de energia

O pipeline Nord Stream 1, último duto fornecedor de gás natural vindo da Rússia para a Alemanha, deixará de funcionar por completo já em outubro, em consequência da Guerra da Ucrânia e do insucesso das negociações da União Europeia com a Russia de Vladimir Putin. E as dificuldades para os alemães já são visíveis. Os preços do gás e da energia aumentaram 30% nas últimas semanas, um recorde nunca visto, os alimentos inflacionaram e o combustível aumentou consideravelmente em 1º de setembro. Tanto a indústria quanto os particulares já receberam o aviso de economia máxima de energia, pois a previsão é de um inverno com pouco aquecimento. Esse com certeza será o grande desafio a ser superado pelo novo governo alemão, que não vê outra alternativa a curto prazo, a não ser ativar suas reservas de combustíveis fósseis.

A crise do gás atinge em cheio a indústria siderúrgica, que já avisou: menos gás significa menor produção, o que poderia desencadear uma crise econômica sem precedentes. A alternativa de uso de petróleo ou carvão para esse setor não é válida, pois os processos são baseados no gás natural para a geração de calor. Uma saída já em planejamento é a utilização do hidrogênio, que substituirá o gás natural em algumas etapas da produção. No entanto, a solução é paliativa, visto que a produção de hidrogênio verde em grande escala ainda não é uma realidade.

Já a indústria automotiva prevê a substituição do gás pelas energias renováveis. “Estão planejadas economias gerais de energia, e o óleo, em último caso, também poderá ser usado. Afinal, não sabemos o que vai acontecer”, afirma o CEO da Mercedes-Benz, Ola Källenius.

Já o maior consumidor individual de eletricidade da Alemanha, a estatal de transporte ferroviário Deutsche Bahn, utiliza 10 bilhões de kWh por ano. Em 2021, o gás natural representou 6% do seu mix de energia, o carvão mais de 20% e as fontes de energia renovável cerca de 62%.

Entre outras ações, a empresa foca nos colaboradores para economizar. Com um bônus único de, pelo menos, 100 euros, a DB quer motivar seus funcionários a reduzir o consumo no trabalho. “Queremos que os nossos 200 mil colaboradores na Alemanha se tornem ativos para alcançar economias significativas”, diz o diretor de RH Martin Seiler. Entre as iniciativas incentivadas estão o uso de escadas em vez de elevadores, diminuir a iluminação, aquecimento, uso de ar condicionado, etc.

As Câmaras de Indústria e Comércio (IHK) regionais também estão mobilizadas para o desenvolvimento de um trabalho próximo das pequenas empresas. As entidades querem identificar fontes de economia de energia em médias e pequenas empresas. Segundo a IHK de Dresden, cerca de dois terços das pequenas empresas têm oportunidades de redução de consumo de até um décimo, se optarem pelo uso de gás liquefeito e queima de óleo.

Quer ler a matéria completa e entender o drama energético na Alemanha e na Europa? Acesse o link https://bityli.com/ektNEOl.


Gostou deste material? Compartilhe em suas redes!

Facebook
LinkedIn
Email
WhatsApp