Associado da AHK entrou no mercado de industrialização de soja e ampliou produção de biodiesel
O Grupo Potencial, associado da AHK Paraná, agora faz parte do mercado da industrialização de soja e, ao mesmo tempo, amplia sua produção de biodiesel. De acordo com o Vice-Presidente Comercial e de Relações Institucionais do grupo, Carlos Eduardo Hammerschmidt, um dos objetivos é garantir a produção de matéria-prima do biodiesel dentro do próprio grupo, além de diversificar o portfólio da companhia.
Hammerschmidt também frisou que o Grupo Potencial trabalha com o propósito de ser destaque quando o assunto é transição energética no Brasil.
“Nos posicionamos como um player de referência. O nosso propósito hoje é sermos lembrados quando o assunto é transição energética. Queremos somente investir em energias renováveis daqui em diante, porque sabemos que esse é o futuro do nosso negócio”, explicou.
O movimento de mercado da companhia foi marcado pelo lançamento da Pedra Fundamental da Indústria Esmagadora de Soja na Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba, com a presença do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, do governador do Paraná, Ratinho Junior, e do gerente regional da AHK-PR, Augusto Michells.
Com a nova frente de atuação, a expectativa é de geração de 250 postos de trabalho diretos. A empresa foi considerada a 16ª melhor companhia de energia do país, de acordo com ranking do jornal Valor Econômico. A AHK Paraná conversou com Carlos Eduardo Hammerschmidt, que também é vice-presidente de Relações Associativas e Institucionais da União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), sobre a expansão. Confira a entrevista:
AHK-PR: Quais são as expectativas com essa expansão?
Hammerschmidt: Essa expansão significa também a continuação da verticalização do nosso negócio. Além de ser um novo investimento, um novo desafio para nós como empresa, é o downstream do biodiesel, porque o óleo de soja é a matéria-prima principal do biodiesel. Estamos entrando nesse mercado para termos a garantia dessa matéria-prima dentro de casa e não termos dificuldade de produção de biodiesel, até porque somos o terceiro maior complexo industrial dessa energia no mundo. Mas não vamos deixar de comprar fora, porque não tem como produzir a quantidade total da qual necessitamos.
AHK-PR: Tem algum outro objetivo com esse movimento de mercado?
Hammerschmidt: Outro objetivo é aumentar o portfólio. Vamos continuar com todos os serviços e produtos já existentes, mas, com essa entrada no mercado, podemos vender farelo e óleo de soja. Não queremos depender de poucos produtos. Queremos ter um portfólio grande, porque o mercado tem altos e baixos. Então, se em algum momento algum produto estiver em uma fase ruim, outro pode estar em um momento melhor. É uma segurança para o Grupo, de poder manter a empresa saudável, como foi até hoje, em 30 anos.
AHK-PR: A sustentabilidade foi uma das bases consideradas para essa expansão. Como vocês avaliam o tema dentro da empresa?
Hammerschmidt: O nosso objetivo dentro do grupo, agora, é que todos os nossos investimentos sejam voltados à transição energética. Tudo que tiver em inovação em relação à sustentabilidade vamos estudar. A transição energética é uma pauta mundial e sem volta. A gente sabe que isso vai acontecer, não podemos precisar quanto tempo, porque algumas nações ainda vão contra essa pauta, mas, na Europa, por exemplo, está em discussão, assim como sobre hidrogênio verde. Inclusive é uma pauta que nós olhamos, mas ainda vemos uma dificuldade no Brasil para a produção. A Potencial é uma empresa de energia a partir desse momento, não mais de combustíveis. O combustível fóssil, que a gente começou a distribuir em 1994, vai ser um dos produtos do portfólio, porque a sociedade continuará usando, mas nosso portfólio vai crescer exponencialmente para as moléculas de combustíveis sustentáveis.
AHK-PR: E como o Grupo avalia o cenário brasileiro para este tema da transição energética?
Hammerschmidt: Vejo o Brasil ainda atrasado em relação às políticas econômicas para a transição energética. Já tínhamos uma política em 2018 aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética, na qual a mistura do biodiesel seria de 15%, e estamos em 12% ainda, por uma decisão política. Penso que, se temos uma política de sustentabilidade, temos que seguir. A questão da sustentabilidade tem que ser seguida à risca. O Brasil precisa ter isso em pauta, cumprir, até para atrair investimento estrangeiro e fazer com que os empresários brasileiros tenham confiança para investir nesse mercado. Temos vantagens enquanto país, por sermos um de clima tropical e de podemos produzir diferentes biocombustíveis em todas as nossas regiões, não precisando depender de outro país. Para tanto, é fundamental uma política segura e sustentável para o empresário brasileiro investir.