Receba nossa Newsletter
Receba gratuitamente em seu email nossa newsletter, com novidades do mercado, lançamento de cursos e capacitações.
O Brasil envelhece. Considerar o que é feito em países como a Alemanha, pode auxiliar no encontro de novas perspectivas
Sabe aquela pirâmide etária em formato de triângulo, com a base mais larga que ia afunilando à medida que aumentava a faixa de idade? Então, essa não é mais a realidade da população brasileira. O Censo do IBGE de 2022 confirmou: envelhecemos…e a passos largos!
O Brasil atingiu o recorde de 10,9% de idosos acima de 65 anos, enquanto a quantidade de crianças e jovens até 14 anos diminuiu para 19,8%. Nossa pirâmide se transformou em uma gota e estamos nos aproximando rapidamente da realidade europeia, onde 21% da população tem mais de 65 anos.
Bem, por um lado, essa é uma notícia boa, pois significa que as políticas de saúde pública tem surtido efeito. Vacinas, programas de prevenção de doenças como as cardiovasculares, diminuição da mortalidade geral e a infantil, além do aumento da renda e a presença da mulher no mercado de trabalho fazem com que vivamos mais, mas também, tenhamos menos filhos.
Por outro lado, o envelhecimento provoca uma série de complicações socioculturais e econômicas. O período de aposentadoria é maior e impacta diretamente o orçamento público. Em contrapartida, a população ativa é menor. É preciso também ações contra o etarismo e a manutenção da qualidade de vida dos mais velhos.
Evidentemente, somos novos nessa seara e podemos aprender muito com os nossos amigos alemães, visto que eles estão nesse processo há quase 200 anos. A Alemanha é uma das sociedades mais velhas do mundo, atrás apenas do Japão e da Itália.
Hoje a idade mínima para se aposentar na Alemanha para homens e mulheres é de 65,9 anos e a projeção é de se estabelecer a idade de 67 anos até 2029. O trabalhador pode até requerer aposentadoria antes, mas terá uma redução de 0,3% no valor mensal até completar a idade mínima. Em vez de apenas aumentar o tempo de contribuição para a previdência, a atual discussão no país é como manter os mais velhos ativos no mercado de trabalho. Não apenas como forma de ganho adicional à aposentadoria, como já foi decidido recentemente pelo governo, mas também com mais oportunidades para os empregadores os contratarem por tempo determinado. Para isso, os idosos precisam estar capacitados, principalmente no desenvolvimento das competências digitais e de inovação.
Para isso, o Instituto Federal de Pesquisa de Emprego e Profissões do país afirma que uma política de formação contínua proativa é crucial. A ideia não é qualificar para se adaptar ao meio digital, mas sim investir em desenvolvimento de competências ao longo da vida toda, para que, quando o trabalhador chegue a uma idade mais avançada, ele esteja atualizado, consiga indicar e prever tendências e saiba compartilhar sua experiência e maturidade com as gerações mais novas. Esse é o foco que domina tanto a agenda corporativa quanto a política atualmente.
Ou seja, o envelhecimento da população não é um assunto do governo, mas sim da sociedade e, também, das empresas que, sem dúvida, tem muito a ganhar se valorizarem os profissionais seniores.
E quando a idade realmente pesa, a ponto de impossibilitar a vida produtiva do idoso, em vez de eles se mudarem para a casa dos filhos, muitos alemães optam pelas repúblicas para idosos. Além de morarem em casas individuais ao lado de outros idosos, o lugar oferece assistência para cuidados diários, atendimento médico, exercícios e atividades sociais.
Aqueles que preferem – e podem – permanecer em casa, contam com profissionais que os visitam algumas vezes por semana ou diariamente para ministrar medicamentos, fazer compras ou lavar a louça. Os serviços são pagos, mas os alemães organizam esse período da vida com bastante antecedência, inclusive financeiramente. A família também pode solicitar o Pflegeversicherung, um seguro para cuidados ao idoso pago pelo contribuinte.
Mesmo na Alemanha, essa fase da vida exige atenção e cuidado, principalmente para minimizar a solidão dos idosos. No entanto, o país trata o tema com muito empenho e seriedade, afinal envelhecer não significa o final da linha…mas o começo de uma nova visão de vida, um momento de compartilhamento e sossego merecido. Podemos, sim, aprender com eles.
Quer saber mais sobre o envelhecimento na Alemanha? Acesse o link em alemão https://bit.ly/3TDMnqZ, https://bit.ly/3TWhT4Y, https://bit.ly/3x6SGMb.