Hannover Messe trouxe mais que automatização de plantas industriais
Foi durante a Hannover Messe de 2010 que o termo Indústria 4.0 foi mencionado pela primeira vez. Hoje, 13 anos depois, mais do que automatizar manufaturas, é necessário digitalizar a produção industrial com total autonomia e, se possível, utilizando energia originária do hidrogênio verde.
A maior feira industrial do mundo, que aconteceu entre os dias 17 e 21 de abril, atraiu mais de 4 mil expositores em Hannover, no norte da Alemanha, e reuniu um público presencial de 130 mil visitantes e mais 15 mil que visitaram a feira virtualmente. Do total de visitantes, 43% vieram de outros países especialmente para o evento. Os temas principais englobaram soluções digitais, conectividade e sustentabilidade para a indústria mundial. Segundo Dr. Jochen Köckler, CEO da empresa organizadora Deutsche Messe AG, entre os cinco dias foi apresentado o óbvio: “a tecnologia para uma produção industrial sustentável e CO2-neutra já está disponível no mercado. Agora é questão de tempo e vontade para ser utilizada em massa.”
Já não se discute mais como ou de onde virá a energia originada pelo hidrogênio verde, mas como será transportada em vias rodoviárias, aéreas ou marítimas e, principalmente, como pode ser utilizada na prática pelas fábricas. Cilindros gigantes que se encaixam perfeitamente na carroceria de um caminhão ou em um contêiner são uma alternativa já disponível para o transporte. Carrinhos autônomos que fazem diversas funções e circulam sozinhos pela planta com baterias de H2, inclusive, pronto para trocá-las quando já vazias, são outras inovações que impressionam.
Hoje é possível ter uma expedição logística completamente automatizada e digitalizada, sem a presença de humanos na linha. Os carrinhos não só retiram e colocam caixas de um ponto ao outro, como fornecem dados detalhados sobre a carga, destino, peso, procedência, tempo de armazenamento, entre outras informações que podem ser conferidas em um dashboard único em um aplicativo de celular. Simples, rápido e seguro.
Na ala de startup, entre as novidades está um tecido elástico que comporta a impressão de circuitos elétricos completos por meio de uma tinta especial que não necessita ser aquecida para fixação. A inovação desenvolvida por uma empresa privada em conjunto com a Universidade de Coimbra é um dos exemplos que mostra a necessidade mútua da proteção do meio ambiente e da indústria, tanto como utilizadora quanto como fornecedora e, por que não, viabilizadora. O tecido apresentado pode ser acoplado, entre outros, em bancos ou painéis automotivos, possibilitando a realização de comandos pelo toque ou até pela voz. Tanta tecnologia atraiu players mundiais também da área tecnológica que apresentaram as últimas tendências em soluções cloud e segurança digital, entre elas, SAP, Microsoft, AWS.
O Brasil também esteve presente com um estande voltado para a captação de negócios pelo hidrogênio verde, um produto com potencial para levar o país à liderança do setor de energia renovável. As interações programadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), órgão responsável pela participação na feira mundial, focaram na melhoria da imagem do país como um player preocupado com o meio ambiente. O desafio foi dar confiabilidade ao Brasil como parceiro estratégico nessa área.
Quer saber mais detalhes sobre como foi a Hannover Messe? Acesse o site https://www.hannovermesse.de/de/.