País vizinho tem se tornado cada vez mais atrativo para indústrias com leis de incentivo específicas para atração de novas empresas estrangeiras
O Paraguai tem trabalhado fortemente para atrair novas indústrias para o seu território. Imposto zero para importação de matérias-primas (Lei de Maquila) e para importação de maquinário (Lei 60/90) são alguns dos grandes atrativos para que o número de indústrias que se instalou no país nos últimos tenha aumentado consideravelmente. Outra vantagem é o imposto de exportação próximo a 1%.
Além disso, a existência de universidades especializadas em indústria, como a filial da alemã SRH Hochschule Heidelberg, que aplica o método Core Prinzip, e a Universidad Politecnica Paraguay Taiwan, que forma engenheiros em tecnologia. Em ambas as instituições, os alunos terminam o último ano na Alemanha e em Taiwan.
Segundo o coordenador do Braspar, Centro Empresarial Brasil-Paraguai, Wagner Enis Weber, em 2013 havia 44 empresas instaladas no país vizinho. Hoje são aproximadamente 300, com exportações anuais de mais de 1 bilhão de dólares manufaturados. Cerca de 70% dessas indústrias são brasileiras. “O Paraguai é um país com estabilidade econômica e política, apoio à iniciativa privada e está entre os 10 países com menor carga tributária do mundo há 60 anos”, ressalta. Soma-se a isso o menor custo trabalhista e a energia elétrica barata. “Posso afirmar que o Paraguai está cada vez mais atraente para as indústrias estrangeiras, sejam brasileiras ou alemãs.”
Segundo o especialista em negócios com o Paraguai, o país tem atraído a atenção de diversos setores da indústria. Existe um incentivo muito grande para indústrias de autopeças. Nesse sentido, montadoras de automóveis que estão instaladas no Brasil já importam mais de 200 milhões de dólares ao ano em chicotes elétricos, conseguindo assim reduzir custos. “O Brasil e o Paraguai possuem um Acordo Automotivo que permite facilidades na hora de industrializar e exportar as autopeças”, enfatiza Weber.
A indústria de papel também tem aberto oportunidades de negócios com o reflorestamento. “Temos visto oportunidades para o setor de reflorestamento, para abastecer uma grande indústria de celulose que está se instalando aqui. Também precisamos de produção de grãos para abastecer a crescente indústria de biodiesel e bioetanol. Por exemplo, a alemã Cremer, fabricante de biodiesel, e a futura fábrica da BSBIOS, que produzirá mais de 1 bilhão de litros ao ano de biodiesel para exportação”, fala Weber dando um panorama das oportunidades geradas pela chegada de grandes indústrias.
O país vizinho também tem buscado acompanhar o crescente interesse em energias renováveis, com a pesquisa e produção de bioetanol e hidrogênio verde. “Hoje temos a exportação de 400 milhões de litros de biocombustíveis”, fala o fundado da Braspar, que também possui um setor de pesquisa.
Além dos benefícios tributários, a questão trabalhista é outro ponto atrativo. Segundo a Confederação Nacional das Indústrias, enquanto o custo da mão de obra no Brasil é de 110% sobre o valor do salário, no Paraguai é de 35%. “O Paraguai possui uma mão de obra jovem e uma carga horária de trabalho de 48 horas semanais”, ressalta Weber. Soma-se a isso a estabilidade política, que é tradição do país vizinho. A energia barata também é vista como um dos benefícios para indústrias que procuram um local para se instalar.
Vale lembrar que existe uma grande comunidade de alemães e descendentes no Paraguai. Ele é o terceiro maior destino de imigrantes alemães na América Latina, sendo o alemão um idioma muito utilizado em diversas comunidades.
O Braspar, organização associada à Câmara Alemã do Paraná, realiza pesquisas sobre o cenário econômico do Paraguai, missões empresariais ao longo do ano e, através da consultoria empresarial, ajuda indústrias a se instalar no país oferecendo todo o apoio necessário com estudos de viabilidade e planejamento estratégico. Para conhecer mais da Braspar acesse: www.braspar.org