Paraná e estado alemão de Meckenburg-Vorpommern assinam acordo bilateral em ações de sustentabilidade

Cônsul-geral adjunto em São Paulo, Joseph Weiss, e cônsul honorário em Curitiba, Andreas Hoffrichter, diretor da AHK Paraná, participaram

A vinda de imigrantes alemães para o Brasil teve início em 1824. Passado um século do primeiro assentamento, diversas cidades estavam fundadas e muitas escolas, igrejas e até hospitais estavam de pé graças ao trabalho dos imigrantes. Mas é a partir dos anos 50 do século XX que as relações comerciais propriamente ditas se intensificam, sobretudo pela instalação, em solo brasileiro, de fábricas dos setores químico e farmacêutico, além das montadoras de veículos, das fabricantes de autopeças e das metalúrgicas.

A região Sul abriga a maior colônia alemã do país, e boa parte dela vive no Paraná. E o Governo do Estado acaba de estreitar um pouco mais essa parceria estratégica entre os dois países. Assinou, no último dia 04 de maio, um acordo de cooperação bilateral com o estado alemão de Mecklenburg-Vorpommern, da região Nordeste do país europeu, na área de sustentabilidade, em especial, em ações de energias renováveis, tecnologias ambientais e economia circular e, ainda, nas áreas de educação, cultura, esportes e parcerias entre municípios paranaenses e alemães.

 O governo alemão foi representado na cerimônia pelo cônsul-geral adjunto em São Paulo, Joseph Weiss, e pelo cônsul honorário em Curitiba, Andreas Hoffrichter, diretor da AHK Paraná (Câmara Brasil-Alemanha). Pelo governo do Paraná, entre outras autoridades, participaram a diretora-geral da secretaria estadual de Desenvolvimento Sustentável, Louise da Costa e Silva Garnica. A assinatura foi acompanhada, ainda, por empresários brasileiros que estão na Alemanha, no III Fórum de Desenvolvimento de Novas Parcerias Sustentáveis entre Mecklenburg-Vorpommern e Brasil.

O acordo entre os estados aconteceu virtualmente e foi assinado pelo vice-governador Darci Piana, no Palácio Iguaçu, em Curitiba, e pelo chefe da chancelaria do estado alemão, Patrick Dahlemann, da cidade de Rostock, na Alemanha.

Ele é o resultado de uma visita da comitiva alemã ao Paraná em janeiro deste ano. Na ocasião, empresários do país europeu vieram conhecer oportunidades de negócios na área de energia renovável em Toledo, Oeste do estado, uma das maiores criadoras de frangos e suínos do Brasil. “Os representantes do estado de Mecklenburg-Vorpommern estiveram conosco em Toledo em uma proposta de se montar um consórcio para atender a questão de dejetos da produção de frangos e suínos em 17 municípios daquela região. Esse foi o primeiro passo de um grande investimento que os empresários desse estado alemão vão fazer aqui no Paraná”, afirmou o vice-governador.

Alemanha é exemplo quando se trata de energias limpas

Em 2023, o Paraná começará a investir em Hidrogênio Renovável, a partir de uma nova legislação que entra em vigor.  A produção de hidrogênio por meio da separação da água em hidrogênio e oxigênio pela utilização da energia elétrica é utilizada na Alemanha, desde 2021, quando o país lançou, por meio do Ministério Federal da Economia e Energia, o Plano Nacional de Hidrogênio Verde, que constitui e regula a produção, o transporte e a utilização do hidrogênio verde, bem como as inovações e investimentos necessários.

De lá pra cá, houve um investimento de mais de 8 bilhões de euros para a ampliação da produção do produto, que representa uma redução de milhões de toneladas de gás carbônico. Um mercado em crescente expansão, que deve gerar, até 2050, mais de cinco milhões de empregos. “Nós, da AHK Paraná, vínhamos trabalhando  para estimular e intensificar a cooperação entre o Brasil e a Alemanha e fomentar a produção de hidrogênio verde a fim de promover o progresso econômico sustentável”, diz Andreas Hoffrichter.

 Outras experiências bem-sucedidas na área da sustentabilidade foram compartilhadas em um evento gratuito realizado pela AHK Paraná, em Curitiba, no início do mês de maio. O tema foi o uso dessa tecnologia para tratar águas subterrâneas, superficiais e de processos industriais.

O evento foi conduzido pelo Grupo de Intercâmbio e de Experiências em Meio Ambiente e Fatores ESG (GIEMA+SG), no qual especialistas relataram e contextualizaram práticas de sustentabilidade já aplicadas no Brasil.


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